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Dificuldades de aprendizagem na rede pública e privada são explicadas na Avaliação Psicológica

  • Foto do escritor: Milena Rossetti
    Milena Rossetti
  • 6 de set. de 2017
  • 3 min de leitura

Muitas das demandas para avaliação psicológica de crianças que recebo dizem respeito às dificuldades de aprendizagem de alunos da rede pública e privada. As solicitações chegam via a família, quando a maior parte das crianças já passaram pelo psicopedagogo indicado pela escola.

Os profissionais encaminham os casos quando suspeitam de transtornos de neurodesenvolvimento. Mas são as dificuldades de aprendizagem as queixas (escolares) mais frequentes. Também apareceram casos mais raros de uma possível depressão ou transtorno de ansiedade. Na verdade, os transtornos de ansiedade acabam sendo considerados como o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Para corrigir esse engano, desde o início, procuro orientar os pais sobre a possibilidade de que outro processo esteja ocorrendo. Algumas questões emocionais podem levar a um funcionamento mais ansioso da criança e à dificuldade de concentração como, por exemplo, conflitos familiares, pois nem tudo que chamam de TDAH é o quadro.

Algumas escolas solicitam uma avaliação neuropsicológica da criança, mas acredito que esse tipo de solicitação não é papel delas. Explico: não há um posicionamento ou recursos do corpo docente para entender à necessidade individual da criança que não aprende com os métodos padronizados para um grupo de alunos. Assim, apontam que a criança em dificuldade pode estar com um comprometimento cognitivo.

Na realidade, o primeiro caminho seria enviar a criança para o psicopedagogo. No caso das escolas particulares isso já acontece, mas as da rede pública dispõem de outros recursos. Mesmo que possa colocar à criança no atendimento especializado, precisam de um diagnóstico preciso, então a encaminham para avaliações psicológicas abrangentes com profissionais com a minha formação.

Processo

Antes de chegarmos a um possível diagnóstico, é preciso ter muita certeza das variantes que afetam a criança em avaliação para evitar que ela seja estigmatizada na escola. Assim, a avaliação psicológica envolve além da testagem psicométrica específica para identificar transtornos do neurodesenvolvimento, uma compreensão mais ampla que não situa a observação simplesmente no indivíduo como o único responsável por suas dificuldades. Ela parte do princípio de que pode ser que o cérebro pode não processar bem diversos tipos de informação.

Na avaliação psicológica verifica-se também a interação indivíduo-ambiente que pode levar às dificuldades de aprendizagem observadas em função de dificuldades afetivas. Por isso, realizo o levantamento do histórico escolar do aluno e busco entender a relação entre professor e aluno.

Para identificar se realmente é um quadro clínico, seja ele TDAH ou não, observo se a criança não está agitada ou desatenta diante do contato com uma professora que não lhe aceita, que demonstra claramente à preferência por outros alunos, ou é uma figura autoritária que a leva a um estado de ansiedade, de bloqueio criativo e atencional.

Como o assunto é delicado, evito expor ou estigmatizar a criança na escola e sempre busco informação sobre o que a escola pretende fazer com o meu relatório da avaliação psicológica.

Assim, os relatórios são redigidos cuidadosamente, explicando as fraquezas e forças observadas, tipos de memória que podem estar prejudicadas, e sugestões para que o aprendizado flua da melhor forma.

E como o diagnóstico clínico depende de uma avaliação multidisciplinar, com a participação de profissionais de várias áreas, o relatório clínico parcial é entregue separadamente à família, sempre orientada a apresentar o documento somente ao neuropediatra ou profissional de saúde para só depois da avaliação de todos seja encaminhado à escola. Desta forma, o documento servirá de maneira mais completa a escola uma vez que contém orientações de como lidar com

as dificuldades da criança e sugestões para uma intervenção - ação efetiva - dos educadores.

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