Depressão na adolescência: conversa e terapia resolvem casos de baixa complexidade
- Milena Rossetti
- 1 de jun. de 2017
- 2 min de leitura

Ainda não se sabe a origem exata da depressão nos adolescentes, mas é possível avaliar as possíveis causas da doença. Tomamos como referência os achados nas pesquisas de neurociência. O que se sabe, é que existe uma predisposição genética. Essa e outra doenças podem estar já na cadeia de DNA do jovem, herdada dos pais, porém, para o transtorno se manifestar, é necessário um ou mais fatores desencadeantes.
Ambientes estressantes e de muitos conflitos e, sem rede de apoio ao jovem, onde ele possa demonstrar suas inseguranças e seus medos, podem favorecer a manifestação do transtorno em uma pessoa com predisposição.
A ansiedade também pode desencadear o transtorno. Vivemos numa sociedade muito ansiogênica, com um padrão de exigência muito elevado, e isso está recaindo já nos adolescentes ou até mesmo nas crianças.
Assim como outras doenças, a depressão apresenta alguns sintomas. As manifestações nas crianças e nos adolescentes são um pouco diferentes das que acontecem com os adultos. Os mais velhos geralmente deixam de fazer aquilo que lhe dava prazer e gostava, já os jovens, além de deixar de fazer algo que gostem de fazer, eles deixam de fazer alguma atividade nova que proporcionaria bem-estar. Esses indivíduos perdem a oportunidade de aprender e experimentar,
Além da inaptidão, há manifestações mais clássicas, como: insônia, sonolência, falta de apetite e consumo exagerado de comida, irritabilidade sem motivo aparente, dificuldade de atenção e concentração e fraqueza muscular.
A recomendação é para que os pais possam perceber se o adolescente está desenvolvendo algum transtorno mental. Os pais devem conhecer seus filhos, não naturalizando alguns comportamentos que são sintomas da depressão. É muito comum ouvir ‘isso é comum na adolescência’ e ‘é aborrecência’.
É preciso ter cuidado com esse tipo de visão, porque pode ser que o responsável comece a camuflar um estado de depressão que está se instaurando no jovem. Quando à capacidade funcional do adolescente fica prejudicada, ocorrendo queda das notas de forma drástica, ou quando jovem deixa de fazer uma atividade que gostava muito, somado ao fato de abandonar as amizades e se isolar, os pais precisam se atentar.
Tudo começa com uma conversa. Os pais devem sinalizar para o indivíduo em qual comportamento eles percebem um problema, e dar a esse adolescente uma chance de se abrir, deixando o caminho aberto para futuras conversas.
O tratamento de depressão varia de acordo com o nível do transtorno. No nível mais leve, não há necessidade de encaminhar o paciente para o psiquiatra para o uso de medicação, somente o acompanhamento com psicólogo.
Quando a doença está nesse grau baixo, a presença de sinais e sintomas são mais atenuadas, e o impacto no dia a dia do indivíduo não é tão grande quando comparado com os pacientes de depressão de nível moderado e grave.
Acompanhamento psiquiátrico e o uso de medicação aliado à psicoterapia, são recomendados para os níveis mais graves da doença. A psicoterapia pode ajudar a criar estratégias de enfrentamento de situações de ansiedade e de estresse, aprendendo um novo padrão de pensamentos, sendo esses mais otimistas, promovendo uma facilidade do indivíduo em lidar com diversas situações.
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